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As duas bombas atómicas lançadas no Japão provocaram uma séria reflexão em todo o mundo e não escapou ao olhar e sentir dos artistas. Literatura, cinema, música e banda desenhada são algumas das expressões do terror e repúdio do que sucedeu em Hiroshima e Nagasaki. O olhar sobre o recurso à bomba atómica não se esgota em 1945. Nos anos mais recentes, com a ameaça da «guerra nuclear», o tema voltou a ser desenvolvido por artistas e intelectuais. Os norte-americanos só souberam os verdadeiros efeitos das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki mais de uma década depois. Ficaram horrorizados com a devastação. Esta percepção foi obtida a partir de um filme realizado por Herbert Sussan. O oficial das forças norte-americanas percorreu o Japão de comboio, cinco meses após as explosões, para avaliar os efeitos das bombas. O filme foi classificado e só 13 anos depois é que foi divulgado.
O primeiro trabalho sobre os relatos da bomba atómica é do fotógrafo japonês Yosuke Yamahata. Yamahata passou por Hiroshima um dia antes do lançamento da bomba. Quando soube da explosão em Nagasaki, apanhou de imediato um comboio e chegou no dia seguinte. Yosuke Yamahata fez uma reportagem fotográfica que ilustra o sofrimento dos que sobreviveram e os efeitos da explosão. É a reportagem do «day after». Sãofotos chocantes.
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