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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Célestin Freinet


Freinet foi um educador francês, nascido em 15 de outubro de 1896 num vilarejo chamado Gars - Provença, França - e precoce na carreira do magistério. Foi nomeado professor em 1920 com 24 anos.
Este jovem tinha ideias bastante revolucionárias para a época. Defendia uma metodologia de ensino que pudesse envolver todas as crianças no processo de ensino/aprendizagem e respeitasse seus direitos de crescer em liberdade - independente das diferenças (inclusive as de caráter social).
Toda sua história esteve ligada a luta pela transformação da escola - fria, distante da vida, teórica e dogmática. Sua proposta era que a escola fosse um lugar prazeroso, onde as crianças quisessem estar, onde a afetividade e as emoções predominassem e onde houvesse alegria e prazer na descoberta e na aprendizagem.
Apontava para uma metodologia de cooperação e atividade, bem diferente do que se fazia na época. Mesmo assim o que queria não era uma metodologia irretocável, mas sim que se pudesse dialogar, construindo uma nova pedagogia.
Mesmo tendo preocupação em fundamentar suas ideias teoricamente ele não se descuidou de ligar a escola com os fatos sociais e políticos que a condicionavam. Preocupava-se com as necessidades das crianças e menos com o aspecto da novidade. "Temos que fazer nascer o futuro no seio do presente e do passado, o que implica, não um espetacular apelo à novidade, mas prudência, método, eficiência e uma grande humanidade".
Era completamente oposto ao autoritarismo - tendo sofrido com isso na infância. Na prática procurava incentivar os alunos pelo trabalho numa vivência coletiva permeada pelo ambiente e pela ação.
Antes de transformar sua sala de aula, Freinet já havia definido dois grandes eixos da nova pedagogia que deveria ser prática e cooperativa.
Ele que acreditava no homem como ser social e fazedor da história tinha fascínio pelo trabalho em pequenos grupos. Um trabalho dinâmico partindo do conhecimento que a criança já possua, respeitando seu ritmo para que ela atinja plenamente seu potencial.
É possível uma escola assim? Na escola onde você estudou ou estuda era ou é assim ou mesmo parecido com isso que Freinet pregava? Deixe sua opinião!

Baseado em: ELIAS, Marisa Del Cioppo. Celestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. Petrópolis, Vozes, 1997

domingo, 9 de janeiro de 2011

Um pouco de poesia

Ultimamente tenho me interessado mais por poesia.
Tenho lido Augusto dos Anjos... dentre outros como Clarice Lispector - tão melancólica - e Adélia Prado -tão romântica!
Abaixo um poema dele - Augusto - que gostei... O MORCEGO



Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, á noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem de Ano Novo sobre o amor

Quero um amor feinho e errado.
O que? É isso mesmo!
Segundo Adélia e Clarisse: feinho e errado!
Amor feinho não tem ilusões
Só tem esperança
Sabe de tudo mas só se apega ao essencial
Ele planta flores em volta da casa
Come o que sobrou do almoço
E improvisa um final de semana sem dinheiro
Come, bebe, arruma e conserta como der
Ah! O amor feinho é o que há
Nada de amor perfeito...
Cuida apenas do que brilha nos olhos.
Já o amor errado, este é sério
Não tem certezas
Ele soma as incompreensões
Carinhos e romance o confundem apenas
Com isso pensa-se, então, que amar é fácil.
Amor verdadeiro é aquele
que não compreende, é errado!
Mas que paradoxo: tenho medo do que é novo.
E tenho medo de viver o que não entendo.
Preciso da garantia de,
pelo menos achar, que entendo.
Não sei viver na desorientação.
Mas sei que perder-me,
também é caminho.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

MUDANÇA - CLARICE LISPECTOR

MUDANÇA 


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Lágrimas e milagres - é da Zélia Duncan

Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso
Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada milágrimas sai um milagre
Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra apenas, viva apenas
Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada milágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Discurso em homenagem ao 9º ano - 2010 - Escola da Ilha

Senhoras Diretoras e Coordenadora Pedagógica,
Formandos,
Professores,
Parentes e amigos
O meu Boa Noite!
É com alegria renovada que mais uma vez compareço a frente desta comunidade escolar para deixar-lhes uma mensagem. Hoje, por ocasião da comemoração da conclusão de uma etapa importante por parte destes 18 alunos sinto-me honrada por ser sua representante durante o ano de 2010 e pela confiança em mim depositada. Como professora de História este fato tem significado especial para mim pois entendo então como um professor pode influenciar positivamente seus alunos e isso desde os tempos da Grécia Antiga. Além disso, compreendo o significado que a Escola tem sobre a vida de toda a humanidade contemporânea. Portanto recebo a incumbência de lhes falar nesta noite com muita gratidão.
Pensando a respeito deste momento e de sua importância para a vida pessoal e acadêmica dos 18 formandos da turma de 2010 sinto agora que o fim desta etapa está próximo, que hoje vocês enfrentam o último fechar de cortinas. Todos vocês viveram uma vida cheia, viajaram por várias estrada e cada um fez isso a sua maneira.
Carlos algumas dificuldades você enfrentou.
Marina muito amadureceu.
Lais venceu as barreiras que a convivência nos apresenta.
Ana Carolina apoiou a todos que buscaram sua ajuda.
 Maria Janice teve determinação e somou resultados.
Gustavo aprendeu mesmo sem perceber a importância dos valores e da experiência.
João Vitor superou os revezes que a vida lhe trouxe.
E Amanda se superou.
Vocês  fizeram o que tiveram que fazer e vejo  isto sem  nenhuma exceção.
Planejaram  cada passo do percurso , não é mesmo Isabella?
Cada palavra e ato, Bruna Peluzo, foram pensados de maneira a produzir os melhores resultados.
Oh, e mais, muito mais que isto, vocês tornaram-se sujeitos de sua própria história, a exemplo do João Paulo.
Houve tempos, tenho certeza que Rafael e Pedro se lembram. Quando vocês aprontaram mais do que nós podíamos suportar, vocês mantiveram a altivez e as suas convicções.
Vocês enfrentaram tudo e se mantiveram no alto – concorda Cecília?
E fizeram tudo isso de maneira única e irrepetível como fez o João Pedro - jamais será esquecido ou copiado.
Aila, vocês amaram, riram e choraram. Também tiveram suas faltas e perdas - e agora que as lágrimas cessaram vocês acham isso tudo muito divertido, não é mesmo  Paulo?
E posso dizer que nada foi feito de modo tímido pois tímidos vocês não são. Nem a Bruna Rezende!
Simplesmente fizeram do seu jeito.
Mas parte do mérito desta conquista vai hoje para os pais e irmãos que a tudo assistiram, ora encantados ora perplexos, depende a circunstância.
Foram as famílias que apoiaram e deram a vocês a referência e o investimento necessário para que hoje vocês estejam encerrando esta missão. Às famílias meu sincero agradecimento por apoiarem seus filhos a cada momento, incondicionalmente.
Desejo-lhes falar mais, exortar-lhes acerca do futuro e do mundo do qual já são parte, mas ainda iniciantes nesta caminhada. Mas não vou demorar muito mais.
Peço licença ao líder pacifista Martim Luther King para adaptar algumas de suas célebres frases a este contexto:
 Eu tenho um sonho. Que todos os meus alunos sejam julgados exclusivamente pelo seu conhecimento e sua personalidade e não pela marca de seu tênis, nem pelos zeros em seu contracheque.
Vocês não são o que gostariam de ser.
Não são o que ainda irão ser.
Mas, graças a Deus,
Não são mais quem vocês eram.
Novos desafios virão, muitas serão as dificuldades, mas a vitória é certa, é só persistir e trilhar o caminho... do seu jeito!
Pela honra de lhes representar durante este ano e poder me despedir hoje, o meu muito obrigado!

domingo, 5 de dezembro de 2010

My way - tema da homenagem aos formandos 2010

Queridos alunos do 9º ano hoje, 08/12, é o grande dia! Chegou o esperado momento da formatura. É com grata alegria que penso agora em vocês e no ano que passou. Sinto-me honrada por ter sido escolhida para ser a "professora representante" desta turma.
Sei que muitas foram as emoções. Muitas alegrias e tristezas. Mas agora, quando as lágrimas caem, só nos resta a saudade de dias que se foram. O vazio das amizades que passam por nós e as experiências que tivemos ou não. Tudo nos enriqueceu e nos capacitou para o futuro que nos aguarda.
Mas a certeza que fica é: fizemos, vivemos, amamos, sofremos, cada um, do seu jeito.
Então, nada de arrependimentos!
Felicidades a todos: Paulo, Aila, João Vitor, Ana Carolina, Laís, Pedro, Isabela, Marina, Carlos, João Paulo, Rafael, Bruna P., Cecília, Gustavo, Bruna R., Amanda, João Pedro e Maria Janice.